Mas o que é "fazer o simples" neste Sport?

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Ora essa, é simples: não tirar a equipe do eixo para o qual ela foi montada. O elenco rubro-negro foi construída em 2024 para ser uma equipe propositiva, ofensiva na sua essência.

Talvez, esta tenha sido a lição número 1 que a direção do Sport ofereceu ao técnico Pepa, que assistiu ao jogo ao lado da cúpula de futebol do clube nos camarotes da Arena de Pernambuco. O treinador português deverá ser oficializado no Leão nesta terça-feira.

E não precisa regredir muito no tempo para mostrar a Pepa o que já deu certo no Sport de 2024. Foi, por exemplo, utilizando cada peça na sua devida posição, sem muito espaço para soluções mirabolantes, que o argentino Mariano Soso encontrou equilíbrio e experimentou o melhor dessa equipe nesta temporada.

Por outro lado - também em função das lesões, vale a ressalva -, quando buscou solucionar problemas mediante testes pouco justificáveis (Fabricio Domínguez de lateral-direito; Barletta, de lateral-esquerdo?), acabou tirando a equipe do trajeto evolutivo. O flerte com a involução foi fatal e Soso foi demitido.

Contratado sob a falsa narrativa de que resgataria o bom futebol do Sport sem perder a "essência ofensiva", Guto Ferreira esteve por um mês, em cinco partidas, com a prática em conflito permanente com o discurso.

Com ele, o Sport foi uma equipe burocrática, estática, sem força ofensiva. A competitividade dos times comandados pelo experiente treinador quase sempre estiveram no pragmatismo e no equilíbrio defensivo. No Leão, nem um, nem outro.

A equipe rubro-negra sofreu gols em todos os jogos com Guto Ferreira. Inclusive, nas escalações permeadas por muitos volantes, a exemplo de nomes até então pouquíssimos utilizados na temporada, casos de Fabinho e Luciano - cujas apresentações trataram de ser autoexplicativas ao porquê das, até então, raras chances a ambos nesta temporada.

Pior, com Guto, o ímpeto ofensivo desapareceu (o Leão perdeu três jogos seguidos sem marcar gols). O técnico acabou demitido.

E, não em vão, ao fim da vitória contra o Ituano, restou ao atacante Zé Roberto, autor de dois gols na vitória sobre IItuano, deixar explícito um sentimento do elenco que até então podia apenas ser lido nas entrelinhas.

"A gente fez um jogo extremamente bom. A gente voltou a jogar para a frente de novo como costumávamos jogar, jogo ofensivo, marcando para frente, essa é a nossa essência", afirmou Zé Roberto.

Coube, mais uma vez, a César Lucena a sobriedade de, novamente, devolver à equipe rubro-negra a sua essência. Com uma escalação simples (por exemplo: Titi Ortíz como substituto de Lucas Lima), ofensiva, num formato atestadamente aprovado ao longo de 2024, o treinador conseguiu fazer o Leão reencontrar equilíbrio no jogo.

A ponto de fazer o gol sofrido com menos de um minuto de partida ter pouco efeito à estratégia. Embora não tenha sido brilhante, o Sport reencontrou a essência: agrediu o Ituano, apresentou volume pelas pontas, criou oportunidades e reencontrou uma virtude por muito tempo motor da equipe de Mariano Soso: o "perde e pressiona".

Em contrapartida, obviamente, há muito a se ajustar: a pobreza na saída de bola, o excesso de falhas nos passes, a sequência de gols sofridos (são nove jogos seguidos com a meta vazada) e, em especial, os erros individuais - contra o Ituano, foi a vez de Felipe entregou um gol de bandeja ao adversário - precisam ser contornados com urgência.

E tudo foi devidamente registrado por Pepa. As correções, as mudanças, as decisões - simples ou complexas? - agora estão todas elas nas mãos do mister rubro-negro.